Desisti de andar de bicicleta. 

AdobePhotoshopExpress_aed3007030a84874b41b72797c3c5096Nove e meia da manhã de uma terça, 01-09-2015, um dia normal, ruas cheias, comércio abrindo. Pessoas indo ao mercado ou horti-fruti, outras saindo para trabalhar. Rua calma, transversal a rua Dias da Cruz, principal do Méier, pessoas na rua, carros passando e estacionando. Passa um garoto em uma bicicleta completa, com suspensão, branca e novinha. O sossego é interrompido por um outro garoto gritando. O ciclista muda em 180 graus a rota e acelera. 

-Pega ladrão!!!! Pega!!!!
Um garoto de uns 16 anos persegue outro provavelmente da mesma idade. Descem os dois correndo a rua, um a pé outro de bicicleta. A vítima gritava vou te matar!!!! vou te matar!!!!

A mãe do adolescente tentava acompanhar, gritava também para o filho parar de perseguir.

Passou um carro da policia que pegou descrição do garoto, da bicicleta e seguiu em direção ao complexo do Lins para tentar algo.
Um fato comum, roubo e fuga com celular, bicicleta ou ainda bolsas. Em qualquer ponto ou horário. Não existe mais medo. A impunidade é uma aliada dos bandidos.

E nós cidadãos normais, contribuintes não temos aliados.
Fiquei pensando no caos e prisão que estamos condenados.
Se não pago a conta de Light, cortam a minha energia. Se não pago a conta da GVT, cortam meus serviços. Se não pago o Plano de Saúde, não sou atendido.
No entanto, todos nós pagamos impostos direta ou indiretamente e tivemos todos os nossos serviços cortados com o pagamento em dia. Não temos segurança, educação ou saúde.
Eu não quero um impeachment da Dilma. Quero de todos. Paes, Pezão e todos os outros que não andam pelas ruas, não pegam ônibus, BRT, metrô ou barca, não tem sua bicicleta roubada ou e não vivem no mundo real.
Infelizmente, esta situação só se resolve quando todos nós pararmos de pagar a conta. Não é votando, não é escolhendo governantes corretos. É cortando o dinheiro, não pagando os impostos. Acho que assim vão começar a atender as reivindicações e necessidades da população.

A insegurança social é sem precedentes, esfaquear alguém por causa de uma bicicleta, em um ponto turístico do Rio de Janeiro, é um legado que estamos recebendo dos governantes nos últimos anos. O legado deixado pelo Panamericano, Copa do Mundo e pelas Olimpíadas será de uma cidade com estádios novos, sem utilidade, um transporte publico caótico e mal projetado.

O que adiantará este legado sem educação ou economia para termos atletas esportivos?

Os únicos atletas que vejo são os ciclistas com a bicicleta dos outros ou o corredor de 100m rasos com a bolsa ou celular de alguém.